Olá, hoje o tema que abordaremos é outra dúvida que chegou a nós por e-mail (Alonso), sobre algo que pode influenciar muito os resultados de nosso projeto.
A distância nas cabeceiras alteram a impedância do projeto?
Para responder a esta dúvida devemos primeiro entender a relação de impedância e distância entre os enrolamentos.
Resgatando algumas informações a respeito
Se você não conferiu o artigo anterior sobre este assunto, pode consulta-lo aqui.
A impedância está diretamente ligada entre as distâncias dos enrolamentos de BT (baixa tensão) e AT (alta tensão).
Um projeto real
Preparamos um projeto para demonstrar justamente este efeito quando mudamos a cabeceira de um projeto e seu reflexo imediato.
- Neste primeiro caso temos uma acomodação das espiras nas camadas segundo o valor default definido nas cabeceiras segundo a classe de tensão do projeto. Que pelo condutor selecionado deixou uma cabeceira de cerca de 16 mm.
Como resultado tivemos uma impedância de 2,23% conforme a imagem a seguir:
- Alterando então o padrão de cabeceira para um nível ainda tolerável de cerca de 10 mm e rearranjando o condutor de maneira que utilize a maior área possível para se atingir um valor próximo de 10 mm de cabeceira, teremos o resultado a seguir:
Como reflexo da alteração da cabeceira, podemos ver uma diminuição da impedância, conforme a imagem a seguir:
Conclusão
Como a dúvida de nosso amigo Alonso, era justamente saber se a alteração nas dimensões influenciava na impedância do projeto, a resposta é sim!
Logicamente o conceito de espaçamento entre AT e BT é a variável que expressa a maior diferença no resultado da impedância, no entanto, como pudemos observar alterar a altura do enrolamento segundo os espaçamento de cabeceiras tem uma influência também e essa diferença pode ser maior ainda se isso ocasionar o aumento de número de camadas.
Isso ocorre porque quando alteramos a área metálica do enrolamento, estamos na verdade alterando a sua altura magnética, que é o que esta associado diretamente ao valor de impedância.
Como no exemplo que demonstramos a influência em alguns casos pode parecer pequena, no entanto pode significar o necessário para deixar o equipamento em acordo com a norma de fabricação ou então ter um equipamento reprovado em laboratório.
A questão como sempre dizemos aqui é que se o projetista não pode visualizar de imediato estes resultados, pode estar correndo um grande perigo ou então se continua a seguir o mesmo projeto por anos, aquele projeto que ele afirma ser o melhor, pode ser que esteja perdendo muito dinheiro, pois buscar apenas os resultados elétricos não é mais suficiente.
A questão principal é que nos dias atuais, ganha quem tiver a capacidade de criar um projeto com a melhor performance elétrica, com o menor custo e no menor tempo possível!
Autor:
- William Prange Theobald
- Diretor Operacional da ILTECH com 10 anos de experiência em desenvolvimento de soluções voltadas para a área de Engenharia
E o espaçamento entre NUCLEO e BAIXA TENSÂO ( BT ), normalmente utilizado 2,5 mm; qual a influência dele no resultado dos ensáios.
Olá Alonso,
No enrolamento de Baixa Tensão assim como no Enrolamento de Alta Tensão, os critérios são os mesmos que apresentados no artigo, onde a distância das cabeceiras vão influenciar diretamente na altura magnética do enrolamento e consequentemente nos resultados de impedância.
Em relação a dimensão especificada de 2,5 mm, o correto é fazer os testes com as dimensões desejadas, simulando no sistema 3D tanto a AT quanto a BT com os fios utilizados, para ter uma real situação do que será medido depois em laboratório.
Espero que tenha ajudado.