Cuidado! Existe uma classe térmica para cada papel isolante!

Recebemos essa pergunta de um cliente e achamos que a resposta pode servir para mais fabricantes ou reformadoras e assim a compartilhamos aqui no Blog do Transformador.

Ela se refere especificamente a transformadores de distribuição, mas lembro que a Iltech atende tanto os fabricantes de baixa, quanto de média e alta tensão, então, aí vai:

PERGUNTA:

Na NBR 5440/5356, a temperatura de referência das perdas totais, impedância e enrolamentos é de 75º, 85ºou 95ºC. Sendo 95ºC destinada ao óleo vegetal, mas eu só utilizo óleo mineral.

Em 85ºC, o óleo mineral isolante e papel termoestabilizado é compatível com o óleo utilizado.

  • O papel termoestabilizado seria o diamantado Prespan e Kraft?
  • Eu posso colocar minha referência em 85ºC?
  • Se sim, quais são os critérios?

RESPOSTA:

O papel termoestabilizado é o Kraft neutro. Porém, com uma passagem a mais no processo de fabricação, que eleva sua classe térmica.

A classe do papel Kraft Neutro é a classe A, que atende uma elevação de até 50ºC em óleo, e 55ºC nos enrolamentos.
Já a classe do papel Kraft Neutro termoestabilizadoé a classe E, que atende uma elevação de temperatura de até 60ºC em óleo, e de 65ºC nos enrolamentos.

Para a classe A, a garantia vai até 75ºC, e para aclasse E, até 85ºC.

Quando há o uso de óleo vegetal, o papel Kraft Neutro classe A consegue, de certa maneira, transformar-se em classe E, devido às reações que existem entre estes dois elementos.

A temperatura do óleo e dos enrolamentos pode ser maior que as duas anteriores, e a garantia para as perdas e Impedância é de 95ºC.

O papel diamantado é normalmente classe A, mas há também disponível no mercado o de Classe E (60/65°C).

Então, para adotar a referência térmica de 85ºC, por exemplo, é preciso saber se a compra da matéria-prima foi feita para a classe térmica correspondente.

O transformador que estará submetido a essa classe térmica deverá ter o material (isolação dos fios) compatível. Caso contrario, o papel irá se degradar rapidamente, gerando outros problemas no transformador, como a geração de gases (de hidrogênio, principalmente), e também o enfraquecimento mecânico dos enrolamentos, já que perdem a elasticidade do material isolante, ou seja, vão se tornar quebradiços.

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