Seguindo a série de artigos dedicados ao processo de cálculo, hoje falaremos especificamente das dimensões de cabeceiras das bobinas.
Se você perdeu ou ainda não leu os artigos anteriores, ainda pode encontrá-los no nosso blog:
A etapa seguinte à definição do núcleo é a da bobina. A seguir podemos ver a tela do enrolamento no nosso sistema de cálculo:
Em outra oportunidade já comentamos que a nossa intenção primordial é incrementar a eficiência dos projetos elétricos. Porém, isto significa antes de mais nada respeitar as normas e os critérios técnicos, a fim de que os resultados obtidos não ponham em risco o funcionamento do equipamento ou, em situações mais complexas, ofereçam risco à vida de alguém.
Os critérios técnicos dados pelos órgãos competentes visam sempre o funcionamento do equipamento dentro de padrões de segurança tidos por aceitáveis.
Sendo assim, o que falaremos aqui sobre as cabeceiras das bobinas visará sempre essa relação entre eficiência e normas técnicas.
O fator decisivo no início de um projeto será a norma pela qual estará sujeito, porque assim todo ele ficará dentro de uma faixa de valores permitida para o projetista trabalhar. Na etapa do cálculo da bobina podemos ver melhor essas definições.
A definição das cabeceiras da bobina, ou em outras palavras, o espaço não usado na parte superior e inferior do enrolamento, geralmente chamado de colarinho, estabelece uma folga cujo principal objetivo é criar uma distância de segurança do fio onde temos circulando tensão e o núcleo.
Se tais dimensões não forem obedecidas, o equipamento será reprovado no ensaio laboratorial quando submetido aos picos de carga que a norma determina.
Muitas pessoas não entendem por que essa definição vem antes do condutor, e a resposta é simples:
Se o condutor pudesse ser escolhido em primeiro lugar, haveria situações em que os trafos muito apertados -com núcleo pequeno- não teriam cabeceira, o que levaria a problemas no ensaio e também reprovação do equipamento.
Por essa razão, nosso critério é definir primeiro a área do enrolamento, e a escolha do condutor depois.
Isso facilita a vida do projetista, que não precisa mais se preocupar com as diretivas das normas, uma vez que as medidas mínimas já estão fixadas de antemão, antes de iniciar projeto.
É claro que quando o assunto é critérios técnicos e normas surgem outras questões como a isolação. Mas pretendo comentar melhor a respeito desse quesito no artigo da semana que vem.
O que achou da dica de hoje? Opine!