A isolação como o próprio nome já diz tem a função de isolar/proteger o condutor e evitar assim curtos em nossa bobina, uma vez que haja tensão e corrente circulando. A isolação possui um valor mínimo conhecido como “isolação mínima“, que é um critério de segurança estabelecido em norma técnica para evitar falhas funcionais no equipamento e que possam ocasionar a sua queima.
A relação entre potência e isolação é bem simples: quanto maior o tamanho do equipamento, maiores serão as exigências, distâncias de segurança e isolação mínima necessária.
A relação de densidade e condutor:
Um critério que costuma gerar muita dúvida é a relação entre densidade e o condutor. Em livros ou mesmo em cursos que visam explicar o funcionamento de um transformador é comum definirmos densidades como um valor fixo pré-estabelecido e não uma variante de nosso cálculo, sendo muitas vezes este um critério definido pelo próprio projetista.
No SISREC-WEB o projetista encontra a densidade como um resultado, e é daí que surgem as maiores dúvidas sobre o assunto.
Abaixo temos a tela de seleção de condutores onde é possível ver todas as variáveis -dados que o projetista pode mudar-, e resultantes (dados calculados segundo as operações do projetista).
Tela do condutor:
Pelo nosso método a densidade é tida como uma resultante calculada segundo as definições estabelecidas no projeto. Isso se deve a alguns fatores:
1) A preocupação do projetista numa fábrica ou reformadora é escolher um condutor que ele possua em estoque, ao invés de pensar na densidade em si. Se o projetista estivesse mais preocupado em escolher densidades o setor de compras teria problemas buscando condutores das mais variáveis medidas, os quais muitas vezes nem existiriam no mercado;;
2) Já comentamos anteriormente, mas não é demais lembrar que, a preocupação excessiva com a densidade pode distrair o projetista de questões mais importantes, como os custos do projeto;
Um transformador bem projetado com uma área de dissipação boa, pode trabalhar com densidades mais altas. Mesmo que à primeira vista possa pareça estranho, trabalhar com densidades mais altas é de fato possível, desde que o calor gerado possa ser dissipado.
Com uma boa área de dissipação é possível diminuir as dimensões do condutor, fazendo o equipamento trabalhar com densidades mais altas e gerando um pouco mais de calor. Obviamente é preciso atenção aos limites de temperatura, porque aumentar a densidade a níveis estratosféricos elevaria tanto a temperatura a ponto mesmo de queimar o equipamento!
Por isso na tela acima os indicadores de temperatura estão em evidência. Se o equipamento não conseguir lidar com densidades muito altas, haverá o aumento da temperatura, e o projetista receberá um aviso a respeito do condutor inadequado para tal operação.
Espero que tenha ajudado a esclarecer mais esta questão. No próximo e-mail falarei sobre a ordem dos enrolamentos primários e secundários.
Até a próxima!